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quinta-feira, 26 de maio de 2011

[COLUNA] “Lectio Frui”: O feitiço da tia Jô

Olá, pequenos grilos..
Estamos começando uma "seção" aqui no blog. Uma seção de colunas semanais (:
Escritas por nossa querida Aline Freitas (estamos procurando colunistas, contate-nos!), as colunas abordarão assuntos gerais sobre a série...
Todas as quintas uma coluna nova aqui no OG a começar por hoje:
“Lectio Frui”: O feitiço da tia Jô

Depois de ser surpreendida com o convite para redigir artigos para uma coluna no Ossos Graúdos, convite feito por nosso querido Gustavo (habilíssimo responsável pelo OG.), fiquei matutando por onde começar. O universo Harry Potter é tão vasto que escolher um assunto dentro dele para iniciar uma coluna num dos blogs mais visitados e ricos da rede, tornou-se uma tarefa complicada (deu até comichão nas têmporas!). Depois de cogitar centenas de possibilidades de temáticas sobre o nosso amado mundo mágico de Harry Potter, uma simples e clássica resposta à pergunta inicial, ganhou força. Sim, vamos começar a coluna pelo começo!
                “Ora, mas é óbvio!” Não, não é tão óbvio, coleguinha. Não estou me referindo ao começo da trama, isso todo mundo conhece (com exceção dos posers e dos que nunca leram Harry Potter e, por tanto, não sabem o que estão perdendo), mas do contexto literário e editorial presente no início de um dos maiores fenômenos da literatura mundial. A literatura infanto-juvenil está atualmente dividida em antes e depois de Harry Potter devido a sua imensa carga criativa e profundidade temática. A obra de J.K. Rowling transcende os elementos de ação e aventura para emergir o leitor no mundo de conhecimentos históricos, mitológicos, geográficos, linguísticos, culturais e psicológicos.  Antes de Harry Potter, ver uma criança com um livro parrudo, com mais de 600 páginas, aberto era sinônimo de pirralho de castigo. Hoje, é sinônimo de uma mente sendo despertada para o prazer da leitura através de um mundo que faz mágicas com o seu potencial criativo, perceptivo e dedutivo. A saga surgiu num contexto histórico-literário que produzia literatura para crianças considerando que estas não teriam condições para lidar e “digerir” habilmente ações de mais do que meia dúzia de personagens, caso contrário espocariam seus jovens cérebros.
 Santa inocência... Aí vem a tia Jô, lança um Lectio Frui (“adorando ler” / não está na lista de feitiços de Hogwarts, tricotei esse), e produz uma obra com mais de uma centena deles, prontos para serem acompanhados atentamente. Certo, mas não bastou isso, o mercado não concebia ser atraente para crianças, um livro com mais de cem páginas e com trama complexa. Eles pensavam: “bom, elas não irão assimilar bem, por qual razão devemos publicar se a obra vai encalhar? Será desperdício de papel”. Assim como Harry Potter não era desperdício de espaço na casa dos Dursley, a publicação do primeiro volume da saga provou que seria um dos fenômenos mais memoráveis e lucrativos do final do século XX e início do XXI.
 Lá se foi por terra a teoria de que criança não gostava de trama complexa, elas tanto gostaram das centenas de páginas que tia Jô escreveu, como devoraram avidamente as milhares que vieram depois. Uma pesquisa realizada em 2006 pela Kids and Family  Reading Report (Relatório da leitura infantil e familiar) e uma outra feita pela Scholastic, apontou que 51% dos leitores de Harry Potter com faixa etária entre 5 e 17 anos, declararam que não liam livros por diversão antes de lerem a saga, e que agora o fazem. O estudo mostrou ainda que, de acordo com 65% dos filhos e 76% dos pais, o desempenho escolar das crianças melhorou desde que começaram a ler a série. O impacto dos livros do menino bruxo no mercado editorial foi tão grande que o jornal americano The New York Times teve que criar uma lista especial para os livros da série (lista dos livros infanto-juvenis mais vendidos), com vistas a permitir que outros livros pudessem aparecer na lista dos livros mais vendidos, já que as obras de J.K. Rowling monopolizavam o ranking o tempo todo. Harry Potter despertou um novo tratamento oferecido pelas editoras no que diz respeito aos livros infanto-juvenis (antes, serviam até de calço para mesa do editor que não chegava nem a ler o título, isso quando não iam parar no banheiro nas emergências...). Harry Potter também faz bem para a saúde, duvida? No hospital de Oxford, no período do lançamento de um dos livros da série, foi constatada queda do número de acidentes envolvendo crianças, tendo em vista que aquelas que possivelmente poderiam se meter numa roubada, digo, acidente, estavam mergulhadas no livro. 
Uma obra que inicialmente foi escrita apenas para contar a história de um menino bruxo, ganhou, como num passe de mágica, a capacidade de se esgotar nas prateleiras em questão de horas! E também de eternizar-se na mente dos seus fiéis leitores. Até porque o lectio frui, presente na saga Harry Potter, é muito poderoso.
Bom é isso aí galera, essa foi uma rápida apreciação do fenômeno literário da série que tingiu de cores mágicas o nosso cotidiano, um forte abraço, fiquem de olhos bem espertos no OG, nos encontraremos na próxima semana!

Aline Freitas
Deixem suas preciosas opiniões nos comentários! (sim, sua opinião não é o anel do Gollum, mas é preciosa para nós)

por: Gustavo D.

3 comentários:

  1. IUAHSIAUHSIUAHSI Piada manjada no fim do post FTW \o/

    Enfim, adorei a coluna. A Jo foi responsável pelo despertar (por que não dizer:) intelectual de milhões de crianças. Sem falar que foi, para mim como para vários outros que visitam o OG, aquele relicário precioso da infância.
    Parabéns, Aline!

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  2. Gostei muito mesmo. Além disso, tia Jo tem outro feitiço: o de aproximar as pessoas. Quantos amigos eu (e provavelmente muitos outros leitores do OG) já fiz por causa de Harry Potter? Muitos, pode ter certeza. E melhor do que isso: bons amigos. JK é, e sempre será, uma das maiores escritoras de todos os tempos.
    Parabéns pela coluna! :)

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